ERA UMA VEZ UMA ADVOGADA QUE PEDIU ASSESSORIA A UM ARQUITETO.
O TRABALHO CONSISTIA EM RELACIONAR OBRAS PÚBLICAS A SEUS PRIVADOS MENTORES.
COMO A ÉTICA DE UMA OBRA PODERIA REFLETIR A ÉTICA DE SEU IDEALIZADOR?
ABAIXO O RESULTADO:
CASO 1
OBRA: BELEZA AMERICANA (2000 EUA)
INDIVÍDUO EM QUESTÃO: SAM MENDES, DIRETOR E PRODUTOR DO FILME.
O FILME BELEZA AMERICANA FOI UM SUCESSO DE PÚBLICO, E PORQUE TAMBÉM NÃO DIZER DE CRÍTICA NA ÉPOCA. NELE, A DIVISÃO DE CADA CASTA DA SOCIEDADE EM RESPECTIVO CORPO DE SEUS PERSONAGENS É TAMANHA, QUE AO MEIO DO ROTEIRO, JÁ SE PODE VISUALIZAR CADA ROSTO COMO SE FOSSE CADA PERSONALIDADE.
INSTRUTIVO PARA O RECEPTOR LEIGO DO MUNDO REAL, QUE AINDA INSISTE EM DIVIDIR O BEM DO MAL, O CERTO DO ERRADO, O IGUAL DO DIFERENTE. PRA ELE O FILME TEM ENCAIXE PERFEITO. OS AJUSTES SÃO PRECISOS MESMO QUANDO SE TENTA MOSTRAR QUE O DIFERENTE AINDA É APONTADO, CRITICADO, INJUSTIÇADO, BEM COMO TAMBÉM VINGADO, RESSENTIDO E LIBERTADO.
O DISCURSO É BANAL E RASO, SEM RELEVÂNCIA HISTÓRICA E DE MEMÓRIA PARA A POSTERIDADE. É O CÚMULO DO MANIQUEÍSMO DISFARÇADO; É PIOR QUE O DUALISMO, É UMA DEMOCRACIA HIPÓCRITA QUE TENTA VENDER SUA IMAGEM DE BOA MOÇA, SENDO QUE CONTINUA RESPIRANDO O AR PODRE DE UMA RELAÇÃO DE MÁSCARAS FELIZES E TRISTES, FELIZES E TRISTES...
FALEMOS DE SAM MENDES:
BOM MOÇO, FOI DESCOBERTO NUMA CONCEITUADA UNIVERSIDADE DE TEATRO EM LONDRES, NA QUAL JÁ ESTUDOU, HOJE DÁ AULA, É DONO DE PARTE DELA E AINDA TEM UMA SÓLIDA COMPANHIA DE TEATRO “INDEPENDENTE” NA METRÓPOLE EUROPÉIA. OU SEJA, O FILHO MIMADO JÁ TINHA DE TUDO. PARA ONDE IR? QUEM IRIA AJUDÁ-LO NESSE MOMENTO TÃO DESOLADOR? É ELE, O MAGO STEVEN SPIELBERG, PAGANDO POR VÁRIOS FRACASSOS DO INEXPERIENTE ESTREANTE DIRETOR, QUE DESPERDIÇOU 2 MILHÕES DE DÓLARES LOGO NO INÍCIO DA FILMAGEM POR ERROS DE CÁLCULO NA LUMINOSIDADE DO ESTÚDIO E DESCONTROLE NA COMPOSIÇÃO DA DIREÇÃO DE ARTE. FILMOU, ERROU, SPIELBERG PAGOU!!
APROVEITE SAM MENDES, O SOL NASCE PRA POUCOS.
CASO 2
OBRA: MAGNÓLIA (2000 EUA)
INDIVÍDUO EM QUESTÃO: PAUL THOMAS ANDERSON, DIRETOR E PRODUTOR DO FILME.
O QUE A CRÍTICA AMOU O PÚBLICO EM GERAL NÃO ENTENDEU, MAS O SEGUNDO FILME DO DIRETOR VINDO DO SUBÚRBIO DE LOS ANGELES, MAIS PRECISAMENTE VALE DE SÃO FERNANDO, REGIÃO SECA, SEM CONTRASTES E APÁTICA AO LADO DA GLAMOUROSA E FAMOSA VIZINHA. SEUS PERSONAGENS ESTÃO ENTRELAÇADOS NUMA REDE DESCONEXA, MUTANTE, ENTRECRUZADA E SEMPRE RECOMBINANTE. NO MOMENTO DE CATARSE DO GRUPO QUE SE APRESENTOU, A CHUVA DE SAPOS VÊM, E CLAMANDO POR UMA SIMBOLOGIA BÍBLICA UNE A TODOS NUM MESMO CORPO, NUM SÓ SENTIMENTO, NUMA SÓ SITUAÇÃO. O GUARDA POLICIAL PÕE UMA QUESTÃO DE PESO EM EVIDÊNCIA: O QUE PERDOAR? QUAL O CRITÉRIO, QUANDO SE DEVE DAR UMA SEGUNDA CHANCE ÀQUELE QUE NOS MACHUCA? MAS FINALMENTE VEM A CENA FINAL, E COM ELA A CHANCE DE UM RECOMEÇO - DIFUSO, INCERTO, MAS UMA TENTATIVA EM POTENCIAL, UM ALÍVIO PARA AS MENTES CANSADAS E CULPADAS PELOS SEUS ATOS.
AGORA VAMOS A “P.T. ANDERSON”
COMO JÁ CITADO, NASCEU NO VALE DE SÃO FERNANDO, ZONA PERIFÉRICA DO CENTRO DE ATENÇÃO DA CALIFÓRNIA, INDÚSTRIA DE CINEMA NA QUAL ELE DEU DURO PARA CHEGAR. NÃO ABANDONA SEU HABITAT NATURAL NEM MESMO QUANDO FILMA SUA OBRA MAIS CARA E ARRISCADA. NÃO SEGUE FÓRMULAS, SUBVERTE AS JÁ EXISTENTES.
GRANDE BOÊMIO, É CASADO COM UMA DAS MAIS JUNKIES CANTORAS POP DA AMERICA, A QUAL JÁ AFIRMOU PARA A IMPRENSA ABERTA QUE DEPOIS DE SEU SEGUNDO CD VAI SE MATAR – ELA SE CHAMA FIONA APPLE, QUE ALIÁS É AMIGA ÍNTIMA DE MARYLIN MANSON...ISSO É FATO.
DEDICADO COMO É, PAUL FEZ UM SOBERBO TERCEIRO FILME, CHAMADO PUNCH DRUNK LOVE, PROVANDO QUE APESAR DAS MÁS COMPANHIAS DÁ PRA SER UM CARA CERTINHO.
CASO 1.5
OBRA: DOGVILLE (SUECIA, 2003)
INDIVÍDUO EM QUESTÃO: LARS VON TRIER, DIRETOR E PRODUTOR DO FILME
DOGVILLE VAI SER LEMBRADO COMO O FILME DE UMA GERAÇÃO. DE UMA ÉPOCA QUE O BICHO HOMEM NÃO SABIA MAIS O QUE PENSAR, O QUE DEFENDER, ONDE SE ESCONDER OU A QUEM CHAMAR EM CASO DE INCÊNDIO. A SOLIDÃO NÃO É MAIS INDIVIDUAL, É COLETIVA. O GRUPO É O PRÓPRIO SEGREGANTE, TODOS SÃO CULPADOS - E POR QUE NÃO DEFENDÊ-LOS: TODOS NÃO TEM A CONSCIÊNCIA DE SUA PRÓPRIA CULPA, QUE FAZEM PARTE DE UM MESMO VÍCIO.
SEM CENÁRIOS, SEM CAPRICHOS, MAS COMO UMA BRICOLAGEM VISUAL ÚNICA, O HOMEM DESPERTA COMO UM SER EM CONSTRUÇÃO, INCONSTANTE EM SEUS ATOS INDIVIDUAIS, MAS COERENTE EM SUA COMPOSIÇÃO SOCIAL. SEMPRE AMEDRONTADO DE DESTOAR, DE INICIAR O CAOS INEXORÁVEL QUE EMERGE NA NONA PARTE QUE CONCLUI O FILME.
DE DOGVILLE DEVE CONTER-SE AO VIVENCIAR O FILME A UM RECEPTOR QUE NUNCA O VIU. BASTA DIZER QUE POUCAS VEZES O CINEMA VIROU UMA ARENA - GRITOS, RISADAS, CHOROS - UMA COMUNICAÇÃO AMPLA E DESCONCERTANTE SE DÁ NO MEIO DA PROJEÇÃO. EM POUCAS VEZES O CINEMA SE MOSTROU UMA VERDADEIRA MANIFESTAÇÃO POPULAR, COM DOGVILLE ELE SÓ GANHOU MAIS FÔLEGO PARA MOSTRAR QUE É A ÚLTIMA DAS ARTES QUE SOBRA AO SER HUMANO.
APRESENTANDO AGORA SR. LARS VON TRIER
DE ORIGEM NÓRDICA TEM PÂNICO DE AVIÃO. SEU FILME ANTERIOR TAMBÉM NÃO DEIXOU A OPINIÃO PÚBLICA CALADA. COM DANÇANDO NO ESCURO, LARS MOSTROU UM SACRIFÍCIO HUMANO SIMILAR AO DE JESUS CRISTO NO DIA DE SUA PAIXÃO. A CANTORA E ATRIZ PRINCIPAL BJORK JUROU DE PÉ JUNTO NUNCA MAIS FAZER CINEMA NA VIDA POR CAUSA DA EXPERIÊNCIA TRAUMÁTICA QUE TEVE COM O DIRETOR.
ELE É FAMOSO POR SER UM INDIVÍDUO COMPLEXO, MISTERIOSO E TIRÂNICO. RETIRA DE SEU ELENCO E DE SUA PRODUÇÃO UM RESULTADO INACREDITÁVEL A QUEM ESTÁ DO OUTRO LADO DA TELA, MAS QUE NA VERDADE CUSTOU LÁGRIMAS E SANGUE A MUITOS PARTICIPANTES DA PRODUÇÃO.
VOLTEMOS AO MEDO DE AVIÃO. QUANDO FILMOU DANÇANDO NO ESCURO, COM SUA FEROZ CRÍTICA À AMÉRICA, LARS VON TRIER FOI MACIÇAMENTE CRITICADO PELOS EUA POR FALAR DE UM LUGAR DO QUAL NUNCA CONHECEU. CONCORDOU TANTO COM A CRÍTICA QUE DECIDIU FAZER UMA TRILOGIA SOBRE A TERRA QUE NUNCA PISOU, MAS QUE CONHECE COMO POUCOS AMERICANOS.
AINDA RESTAM DOIS VOLUMES DESSA VISITA METAFÍSICA A UM PAÍS QUE NÃO SE CONTÉM SOMENTE EM SEU TERRITÓRIO, JÁ SE EXPANDIU PARA O MUNDO.
HOJE, APESAR DE CRISES, CONCORDATAS E DA (AS)SOMBRA CHINESA, O IMPÉRIO AINDA É, AMERICANO.
E COMO TODOS OS IMPERIOS TÊM SUAS ESPIRAIS - ÁPICE E DECADÊNCIA DILUÍDOS NO ESPAÇO-TEMPO - SEMPRE VAI RESTAR O BUFÃO, QUE TRATOU TUDO COM CINISMO E BOM HUMOR. QUE RIU DA CARA DO REI SEM QUE NEM MESMO ELE SOUBESSE. QUE SOUBE DEIXAR UMA PLATÉIA INTEIRA POR HORAS SEM SABER O QUE PENSAR, O QUE SENTIR, OU MESMO DE QUE DORES TOMAREM PARA SI.
O TRABALHO CONSISTIA EM RELACIONAR OBRAS PÚBLICAS A SEUS PRIVADOS MENTORES.
COMO A ÉTICA DE UMA OBRA PODERIA REFLETIR A ÉTICA DE SEU IDEALIZADOR?
ABAIXO O RESULTADO:
CASO 1
OBRA: BELEZA AMERICANA (2000 EUA)
INDIVÍDUO EM QUESTÃO: SAM MENDES, DIRETOR E PRODUTOR DO FILME.
O FILME BELEZA AMERICANA FOI UM SUCESSO DE PÚBLICO, E PORQUE TAMBÉM NÃO DIZER DE CRÍTICA NA ÉPOCA. NELE, A DIVISÃO DE CADA CASTA DA SOCIEDADE EM RESPECTIVO CORPO DE SEUS PERSONAGENS É TAMANHA, QUE AO MEIO DO ROTEIRO, JÁ SE PODE VISUALIZAR CADA ROSTO COMO SE FOSSE CADA PERSONALIDADE.
INSTRUTIVO PARA O RECEPTOR LEIGO DO MUNDO REAL, QUE AINDA INSISTE EM DIVIDIR O BEM DO MAL, O CERTO DO ERRADO, O IGUAL DO DIFERENTE. PRA ELE O FILME TEM ENCAIXE PERFEITO. OS AJUSTES SÃO PRECISOS MESMO QUANDO SE TENTA MOSTRAR QUE O DIFERENTE AINDA É APONTADO, CRITICADO, INJUSTIÇADO, BEM COMO TAMBÉM VINGADO, RESSENTIDO E LIBERTADO.
O DISCURSO É BANAL E RASO, SEM RELEVÂNCIA HISTÓRICA E DE MEMÓRIA PARA A POSTERIDADE. É O CÚMULO DO MANIQUEÍSMO DISFARÇADO; É PIOR QUE O DUALISMO, É UMA DEMOCRACIA HIPÓCRITA QUE TENTA VENDER SUA IMAGEM DE BOA MOÇA, SENDO QUE CONTINUA RESPIRANDO O AR PODRE DE UMA RELAÇÃO DE MÁSCARAS FELIZES E TRISTES, FELIZES E TRISTES...
FALEMOS DE SAM MENDES:
BOM MOÇO, FOI DESCOBERTO NUMA CONCEITUADA UNIVERSIDADE DE TEATRO EM LONDRES, NA QUAL JÁ ESTUDOU, HOJE DÁ AULA, É DONO DE PARTE DELA E AINDA TEM UMA SÓLIDA COMPANHIA DE TEATRO “INDEPENDENTE” NA METRÓPOLE EUROPÉIA. OU SEJA, O FILHO MIMADO JÁ TINHA DE TUDO. PARA ONDE IR? QUEM IRIA AJUDÁ-LO NESSE MOMENTO TÃO DESOLADOR? É ELE, O MAGO STEVEN SPIELBERG, PAGANDO POR VÁRIOS FRACASSOS DO INEXPERIENTE ESTREANTE DIRETOR, QUE DESPERDIÇOU 2 MILHÕES DE DÓLARES LOGO NO INÍCIO DA FILMAGEM POR ERROS DE CÁLCULO NA LUMINOSIDADE DO ESTÚDIO E DESCONTROLE NA COMPOSIÇÃO DA DIREÇÃO DE ARTE. FILMOU, ERROU, SPIELBERG PAGOU!!
APROVEITE SAM MENDES, O SOL NASCE PRA POUCOS.
CASO 2
OBRA: MAGNÓLIA (2000 EUA)
INDIVÍDUO EM QUESTÃO: PAUL THOMAS ANDERSON, DIRETOR E PRODUTOR DO FILME.
O QUE A CRÍTICA AMOU O PÚBLICO EM GERAL NÃO ENTENDEU, MAS O SEGUNDO FILME DO DIRETOR VINDO DO SUBÚRBIO DE LOS ANGELES, MAIS PRECISAMENTE VALE DE SÃO FERNANDO, REGIÃO SECA, SEM CONTRASTES E APÁTICA AO LADO DA GLAMOUROSA E FAMOSA VIZINHA. SEUS PERSONAGENS ESTÃO ENTRELAÇADOS NUMA REDE DESCONEXA, MUTANTE, ENTRECRUZADA E SEMPRE RECOMBINANTE. NO MOMENTO DE CATARSE DO GRUPO QUE SE APRESENTOU, A CHUVA DE SAPOS VÊM, E CLAMANDO POR UMA SIMBOLOGIA BÍBLICA UNE A TODOS NUM MESMO CORPO, NUM SÓ SENTIMENTO, NUMA SÓ SITUAÇÃO. O GUARDA POLICIAL PÕE UMA QUESTÃO DE PESO EM EVIDÊNCIA: O QUE PERDOAR? QUAL O CRITÉRIO, QUANDO SE DEVE DAR UMA SEGUNDA CHANCE ÀQUELE QUE NOS MACHUCA? MAS FINALMENTE VEM A CENA FINAL, E COM ELA A CHANCE DE UM RECOMEÇO - DIFUSO, INCERTO, MAS UMA TENTATIVA EM POTENCIAL, UM ALÍVIO PARA AS MENTES CANSADAS E CULPADAS PELOS SEUS ATOS.
AGORA VAMOS A “P.T. ANDERSON”
COMO JÁ CITADO, NASCEU NO VALE DE SÃO FERNANDO, ZONA PERIFÉRICA DO CENTRO DE ATENÇÃO DA CALIFÓRNIA, INDÚSTRIA DE CINEMA NA QUAL ELE DEU DURO PARA CHEGAR. NÃO ABANDONA SEU HABITAT NATURAL NEM MESMO QUANDO FILMA SUA OBRA MAIS CARA E ARRISCADA. NÃO SEGUE FÓRMULAS, SUBVERTE AS JÁ EXISTENTES.
GRANDE BOÊMIO, É CASADO COM UMA DAS MAIS JUNKIES CANTORAS POP DA AMERICA, A QUAL JÁ AFIRMOU PARA A IMPRENSA ABERTA QUE DEPOIS DE SEU SEGUNDO CD VAI SE MATAR – ELA SE CHAMA FIONA APPLE, QUE ALIÁS É AMIGA ÍNTIMA DE MARYLIN MANSON...ISSO É FATO.
DEDICADO COMO É, PAUL FEZ UM SOBERBO TERCEIRO FILME, CHAMADO PUNCH DRUNK LOVE, PROVANDO QUE APESAR DAS MÁS COMPANHIAS DÁ PRA SER UM CARA CERTINHO.
CASO 1.5
OBRA: DOGVILLE (SUECIA, 2003)
INDIVÍDUO EM QUESTÃO: LARS VON TRIER, DIRETOR E PRODUTOR DO FILME
DOGVILLE VAI SER LEMBRADO COMO O FILME DE UMA GERAÇÃO. DE UMA ÉPOCA QUE O BICHO HOMEM NÃO SABIA MAIS O QUE PENSAR, O QUE DEFENDER, ONDE SE ESCONDER OU A QUEM CHAMAR EM CASO DE INCÊNDIO. A SOLIDÃO NÃO É MAIS INDIVIDUAL, É COLETIVA. O GRUPO É O PRÓPRIO SEGREGANTE, TODOS SÃO CULPADOS - E POR QUE NÃO DEFENDÊ-LOS: TODOS NÃO TEM A CONSCIÊNCIA DE SUA PRÓPRIA CULPA, QUE FAZEM PARTE DE UM MESMO VÍCIO.
SEM CENÁRIOS, SEM CAPRICHOS, MAS COMO UMA BRICOLAGEM VISUAL ÚNICA, O HOMEM DESPERTA COMO UM SER EM CONSTRUÇÃO, INCONSTANTE EM SEUS ATOS INDIVIDUAIS, MAS COERENTE EM SUA COMPOSIÇÃO SOCIAL. SEMPRE AMEDRONTADO DE DESTOAR, DE INICIAR O CAOS INEXORÁVEL QUE EMERGE NA NONA PARTE QUE CONCLUI O FILME.
DE DOGVILLE DEVE CONTER-SE AO VIVENCIAR O FILME A UM RECEPTOR QUE NUNCA O VIU. BASTA DIZER QUE POUCAS VEZES O CINEMA VIROU UMA ARENA - GRITOS, RISADAS, CHOROS - UMA COMUNICAÇÃO AMPLA E DESCONCERTANTE SE DÁ NO MEIO DA PROJEÇÃO. EM POUCAS VEZES O CINEMA SE MOSTROU UMA VERDADEIRA MANIFESTAÇÃO POPULAR, COM DOGVILLE ELE SÓ GANHOU MAIS FÔLEGO PARA MOSTRAR QUE É A ÚLTIMA DAS ARTES QUE SOBRA AO SER HUMANO.
APRESENTANDO AGORA SR. LARS VON TRIER
DE ORIGEM NÓRDICA TEM PÂNICO DE AVIÃO. SEU FILME ANTERIOR TAMBÉM NÃO DEIXOU A OPINIÃO PÚBLICA CALADA. COM DANÇANDO NO ESCURO, LARS MOSTROU UM SACRIFÍCIO HUMANO SIMILAR AO DE JESUS CRISTO NO DIA DE SUA PAIXÃO. A CANTORA E ATRIZ PRINCIPAL BJORK JUROU DE PÉ JUNTO NUNCA MAIS FAZER CINEMA NA VIDA POR CAUSA DA EXPERIÊNCIA TRAUMÁTICA QUE TEVE COM O DIRETOR.
ELE É FAMOSO POR SER UM INDIVÍDUO COMPLEXO, MISTERIOSO E TIRÂNICO. RETIRA DE SEU ELENCO E DE SUA PRODUÇÃO UM RESULTADO INACREDITÁVEL A QUEM ESTÁ DO OUTRO LADO DA TELA, MAS QUE NA VERDADE CUSTOU LÁGRIMAS E SANGUE A MUITOS PARTICIPANTES DA PRODUÇÃO.
VOLTEMOS AO MEDO DE AVIÃO. QUANDO FILMOU DANÇANDO NO ESCURO, COM SUA FEROZ CRÍTICA À AMÉRICA, LARS VON TRIER FOI MACIÇAMENTE CRITICADO PELOS EUA POR FALAR DE UM LUGAR DO QUAL NUNCA CONHECEU. CONCORDOU TANTO COM A CRÍTICA QUE DECIDIU FAZER UMA TRILOGIA SOBRE A TERRA QUE NUNCA PISOU, MAS QUE CONHECE COMO POUCOS AMERICANOS.
AINDA RESTAM DOIS VOLUMES DESSA VISITA METAFÍSICA A UM PAÍS QUE NÃO SE CONTÉM SOMENTE EM SEU TERRITÓRIO, JÁ SE EXPANDIU PARA O MUNDO.
HOJE, APESAR DE CRISES, CONCORDATAS E DA (AS)SOMBRA CHINESA, O IMPÉRIO AINDA É, AMERICANO.
E COMO TODOS OS IMPERIOS TÊM SUAS ESPIRAIS - ÁPICE E DECADÊNCIA DILUÍDOS NO ESPAÇO-TEMPO - SEMPRE VAI RESTAR O BUFÃO, QUE TRATOU TUDO COM CINISMO E BOM HUMOR. QUE RIU DA CARA DO REI SEM QUE NEM MESMO ELE SOUBESSE. QUE SOUBE DEIXAR UMA PLATÉIA INTEIRA POR HORAS SEM SABER O QUE PENSAR, O QUE SENTIR, OU MESMO DE QUE DORES TOMAREM PARA SI.
Ah, que delícia ter seus pensamentos a qualquer hora do dia ou da madrugada e em qualquer lugar. Este texto é o que há! Não pare nunca.
ResponderExcluirBeijo enorme.
Márcia - amiga e fã